Ana Paula Prange [1]
Esta é uma questão recorrente para aqueles que pensam em consultar um psicólogo-a. A falta de informações sobre esta profissão está na origem desta questão. Mesmo se cada vez mais pessoas compreendem que ir consultar um psicólogo é uma atitude sadia e normal em vários tipos de situação, nem todos sabem como se passa uma sessão de psicoterapia ou uma consulta psicológica.
Nós, psicólogos e psicoterapeutas, ao não comunicarmos como trabalhamos e quais as bases filosóficas que regem nossas praticas, contribuímos para esse desconhecimento da profissão pelo grande público.
Em psicologia clínica, há vários tipos de correntes e escolas que podem ser de difícil entendimento por quem não é especialista.
Se falarmos da orientação teórico-prática, temos a psicanalise, a terapia cognitivo-comportamental, a Gestalt-terapia, a abordagem centrada na pessoa, a psicoterapia corporal, a terapia sistêmica, entre outras.
Além da orientação escolhida, cada psicólogo ou psicoterapeuta cria sua abordagem baseada nas experiencias vividas durante seu percurso pessoal e profissional.
Ao longo deste ensaio eu procurarei explicar como eu trabalho.
A primeira entrevista
Quando eu recebo alguém pela primeira vez, eu procuro compreender a demanda desta pessoa e o que ela espera. Pode-se tratar de uma consulta única ou de um trabalho regular. Eu proponho que a pessoa fale livremente dela mesmo ou de um assunto especifico que lhe causa sofrimento neste momento da sua vida.
Para isso basta confiar na ordem natural pela qual os assuntos se presentam. Não tem importância se a pessoa vai em todas as direções ou se os temas se misturam. Cada pessoa é única e frequentemente os diferentes setores da vida se influenciam.
A escuta benevolente norteia a relação terapêutica
As questões e as reformulações propostas terão por objetivo de ajudar a afinar a percepção dos próprios sentimentos. Quando uma pessoa compreende o que ela vive e esta consciente do que se passa em seu interior, ela é capaz de achar as soluções mais apropriadas para os problemas que ela enfrenta.
Se, diante de um problema, várias soluções são consideradas, o objetivo das minhas intervenções é de ajudar o individuo a se conectar a suas necessidades mais profundas sem precisar de ficar preso às formulas padronizadas que não lhe correspondem realmente.
Alinhar pensamentos, sentimentos, emoções e sensações
Inspirada na Abordagem centrada na pessoa, eu confio na capacidade de cada ser humano de caminhar na direção de suas necessidades mais profundas.
Procurando respeitar ao máximo o sistema de referencia de cada pessoa, o objetivo das reformulações é de contribuir para que os sentimentos, os pensamentos, as emoções e as sensações se alinhem cada vez mais. Trata-se de poder reencontrar seus próprios valores essenciais e de poder aceita-los plenamente.
A cultura ocidental é bastante influenciada pelo pensamento cartesiano, que tende à negar as emoções e o corpo no processo de tomada de decisões. Acreditar que nossas sensações e nossos sentimentos não são confiáveis nos leva a um estado de profunda desconexão onde mesmo o pensamento passa a ser privado de seu máximo potencial.
A separação entre as emoções, as sensações corporais e os pensamentos esta na origem de vários distúrbios psíquicos e de angustias diversas. Esta desconexão leva-nos a uma busca de referencias no exterior, onde a pessoa tenta desesperadamente de satisfazer a sensação de vazio ou de confusão mental.
Assim, as opiniões dos outros, a busca desmedida de reconhecimento, os vícios e as compulsões representam frequentemente tentativas para compensar uma falta de conexão consigo mesmo, uma má percepção das necessidades mais profundas e uma falta de confiança em si mesmo. É como se dirigíssemos um carro sem poder acessar seu painel de bordo.
A duração de uma consulta
As consultas duram normalmente 50 minutos.
Eu recomendo as consultas de 1 hora e 20 minutos para aqueles-as que :
- precisam analisar vários aspectos de uma mesma problemática antes de poder conectar com seus sentimentos mais profundos;
- precisam contar os detalhes de um ou vários eventos para acessarem as emoções reprimidas;
- vivem momentos complexos onde veem ressurgir uma questão do passado de forma brutal e inesperada.
Eu proponho igualmente sessões de terapia EMDR que duram 1 hora e 30 minutos. Uma entrevista prévia de 50 minutos é necessária.
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[1] psicóloga, psicoterapeuta, PhD em Saúde pública (Fiocruz, Brasil)
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